Especialização em francês como segunda língua na UdeM prepara para o mercado de trabalho

Brasil
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Carla Simon

A estudante e embaixadora da Université de Montréal (UdeM), Liv Chamma, é formada em Letras e tem um mestrado em Linguística pela Universidade de Brasília (UnB). Em setembro de 2014, ela se mudou para Montreal com o marido e dois filhos, de 5 anos e 6 meses. Mesmo tendo estudado dois anos de francês no Brasil, Liv sabia da necessidade de investir ainda mais no estudo da língua para conseguir se inserir no mercado de trabalho quebequense. Por isso, ela se inscreveu na especialização em francês como segunda língua na UdeM. 

Quando você ouviu falar da especialização em francês como segunda língua na UdeM?

Quando a gente veio conhecer o Canadá em 2011 pensando em imigrar, uma brasileira que tinha estudado na UdeM me falou do curso de francês como segunda língua. Fiquei sabendo que era um curso para aprimorar o francês. Quando eu imigrei, eu fiz a francisation (curso gratuito oferecido pelo governo), que me deu uma base muito boa, mas eu senti que eu precisava melhorar ainda mais. Como a UdeM é uma das melhores universidades francófonas do mundo, eu escolhi fazer o curso para aperfeiçoar o francês lá mesmo.

Como você avalia o curso?

Eu estou gostando muito. Os professores são excelentes, eles não ensinam só gramática, mas toda a parte da cultura do Quebec, que é importante também. É claro que além das aulas, que são bem preparadas, é preciso praticar na rua e estudar em casa. Fiz uma disciplina de introdução à cultura quebequense que me deu uma visão geral daqui, por exemplo, dicas de como escrever um e-mail para procurar emprego em um contexto quebequense, abordou assuntos relacionados a comidas típicas (pâté chinois, poutine), à história da província, aos valores e comportamentos dos quebequenses, direitos e deveres, etc. Fiz uma disciplina de literatura quebequense em que a gente praticava a compreensão escrita por meio de textos de autores daqui, uma outra de compreensão do francês oral (com foco no francês do Québec), uma disciplina de fonética. Embora seja difícil mudar nosso sotaque, associar a escrita ao alfabeto fonético internacional ajuda bastante a melhorar a pronúncia.

Qual a origem étnica da maioria dos seus colegas?

A maioria é de origem iraniana; depois vêm os hispanofalantes: tem muito aluno da Colômbia, um pouco do México, da Venezuela; e, em terceiro lugar, os chineses.

A especialização foi suficiente para o domínio da língua francesa? Qual o seu nível atualmente?

Eu entrei no nível intermediário e estou terminando agora, um ano depois, no nível avançado. Eu me sinto preparada para o mercado de trabalho, para fazer uma entrevista, montar um currículo. É possível, depois desse certificado, fazer um mestrado, procurar emprego.

Quais são seus planos para depois do curso?

Eu quero trabalhar mais, dar aula de português para estrangeiros. Atualmente, além de ser embaixadora da UdeM, eu trabalho para a Comissão escolar Marguerite-Bourgeoys como éducatrice en service de garde (supervisiono as crianças no horário do almoço). O fato de eu estar trabalhando na minha área, como revisora de português, já é maravilhoso, é uma oportunidade incrível que eu tive na Université de Montréal. 

Carla Simon
#Jornalismo #Comunicação #Chocólatra

Carla é jornalista e mestre em Relações Internacionais pela Université de Montréal. Ela é blogueira, apaixonada por livros, endorfina e chocolate. Em Montreal aproveita para correr e pedalar pelos cantos mais lindos da cidade, desbrava as livrarias mais pitorescas e come chocolate até dentro do metrô.